Vinte e seis de dezembro, o ano voou, né?
Aqui na Tailândia são 23h e se não fossem as 10h a mais de fuso horário daqui para o Brasil, eu estaria atrasado na entrega desta newsletter.
Mas vamos lá:
Então, é natal??
Acredita que eu nem percebi? Nem senti?
Passar dezembro num país onde a principal religião é o budismo, me fez não me lembrar que era Natal. Árvores de Natal são raras, assim como Papai Noel ou qualquer decoração que faça referência. Apenas num ou outro shopping, mas no geral, passa despercebido.
Neste momento estou numa cidade bem atípica, diferente. Nem parece a Tailândia. Aqui em Pattaya aconteceu uma invasão de russos (que falarei mais na próxima semana) e, por isso, tem um pouquinho mais de referência de Natal, mas ainda assim, muito pouco.
—--
Agora estamos na última semana do ano, e deixa eu te contar:
Esses dias, graças às lembranças do Google fotos, estava trocando com Luísa sobre como foi a pandemia para ambos. Ela contava como era o isolamento no Rio Grande do Sul, enquanto eu mostrava minhas fotos com uma barba gigantescamente horrível e mal feita por não haver barbearia aberta no lockdown.
Vou me alongar nisso não, mas só para contextualizar…
Ano passado eu estava morando em Portugal, tinha dois empregos, sentia muita saudade, passava frio no inverno europeu, mas não era triste. Acredito que eu precisava ter vivido tudo aquilo. Inclusive às dores.
Lula tinha ganho, mas ainda rolava uma energia meio tensa, por tudo que tínhamos vivido e pela quase vitória de Bolsonaro (foi por pouco). Ainda respirávamos medo. Medo, inclusive, de uma tentativa de golpe, que acabou acontecendo no dia 08 de janeiro.
Tínhamos o otimismo e a esperança, mas eu sentia uma ressaca emocional dos últimos anos. Ressaca de 700 mil mortes e de, todos os dias, por 04 anos, ouvir Bolsonaro falar alguma barbaridade no cercadinho e isso virar assunto da semana.
- Porra Anderson, que baixo astral essa news dessa semana, heim?
Calma aí
Isso tudo é pra dizer que:
Agora, depois de 04 anos (talvez 06), o réveillon ficou mais leve, e por mais que tenhamos problemas pessoais, não existe aquela overdose de baixo astral minando nossa forças.
Se liga.
Tivemos o melhor carnaval da história.
Pra mim foi. Por aí, tu acha também?
Me corrijam se eu estiver errado, mas a minha percepção foi de menos tensão política nas famílias e rodas de amigos.
Primeiro ano sem Bolsonaro.
Com um plus que agora ele ficou inelegível.
Praticamente não se ouviu falar em Ciro Gomes.
Temos Vera Araújo como a segunda ministra negra no TSE.
Tá, eu sonhava com uma no STF, mas não rolou.
A democracia apanhou, mas sobreviveu.
O Sport mais uma vez, não subiu para a série A.
Beyoncé veio ao Brasil, com o plus de ter escolhido Salvador.
Isso foi muito emblemático, e certamente tocarei nesse assunto em breve.
Conceição Evaristo foi eleita a intelectual do ano.
Ailton Krenak agora é um imortal na Academia Brasileira de Letras.
Sílvio Almeida é o ministro dos Direitos Humanos, e um puta ministro, um puta golaço do atual governo. Assim como Nísia Trindade na Saúde. Às vezes a gente esquece, mas depois de Pazuello e Mandetta, ter uma ministra que acredita na ciência e vacina traz muita paz para os nossos dias.
Aparentemente os Correios se livraram da privatização. Pelo menos nos próximos quatro anos.
No geral, foi um bom ano.
Fala aí. Num é verdade?
Se tu não concordar, tá tudo bem.
—--
Tivemos notícias tristes?
Tivemos, mas ainda assim foi um ano melhor que o anterior.
Já que estamos num clima de retrospectiva, em 2023 eu senti.
Porque o Náutico não subiu.
Pelas perdas de Rita Lee, Zé Celso e João Donato, e merdas como as da Braskem por exemplo.
Mas vamos lá.
Próximo ano vai ser ainda melhor.
—-
Sem muitos planos concretos, minha lista para 2024 contempla:
- Escrever mais
- Descolorir a barba no carnaval. Vai nevar
- E viajar bastante
—----------------
E para finalizar, deixo uma mensagem do fundo do coração, pra você.
Tá, não fui eu que fiz. Vi no instagram e não sei de quem é a autoria, mas oh:
“Neste ano você lutou com coisas que talvez ninguém tenha visto.
Parabéns por essas pequenas vitórias que só você sabe o quanto lhe custaram e a alegria que lhe deram.
Você é muito forte!”
–
Então, minha jóia.
Parabéns por chegar vivo neste fim de ano
2024 vai ser melhor.
Acredita.
Confia.
Ah, e obrigado por ler até aqui.
Obrigado por caminhar junto.
E se animar, se quiser conversar, me manda um email.
Vou adorar.
Feliz 2024